Crítica - O Hobbit: A Desolação de Smaug


Eu sei que o site é sobre livros mas decidi trazer uma nova categoria, falar um pouco a respeito das adaptações cinematográficas dos livros. E para abrir com chave de ouro essa categoria de críticas nada melhor do que trazer "O Hobbit - A Desolação de Smaug", da mesma forma que a primeira postagem foi sobre o livro de Tolkien, "O Hobbit".
Bom, nem preciso dizer que sou extremamente fã de Tolkien para quem acompanha o meu site, a trilogia de "O Senhor dos Anéis" do Peter Jackson é simplesmente fantástica e encantadora assim como os livros, a Terra-Média é viva e forte assim como nos livros.
Quando a notícia de que voltaríamos para a Terra-Média só que dessa vez acompanhando o pequeno Bilbo Bolseiro de Bolsão, a internet explodiu de ansiosidade assim como eu. O que eu pensava que fosse ocorrer é que sairia apenas um filme de mais ou menos umas três horas de duração, o suficiente para agradar aos fãs que sentiam falta da terra Tolkiniana esses anos, e ser fiel a história e a obra que é apenas um livro.
Logo depois ficamos sabendo que não seria apenas um filme, mas novamente teríamos uma trilogia de "O Hobbit", o fã dentro de mim gritou desesperado de alegria, mas o meu senso crítico já começou a gritar aí.
Todo mundo sabe que os estúdios pressionam os diretores para extrair mais ouro de aposta certeiras, eu não tiro a razão deles nesse quesito, mas temos que ter um pouco de bom senso e dar aos fãs algo que seja digno do dinheiro que iremos investir ao assistir, fora o bom senso um pouco de respeito também vai bem. Mas para a minha pobre consciência tudo estava nas mãos de Peter Jackson, o cara que tornou a Terra-Média algo visível e tangível, o diretor que nos fez abrir os olhos para ver a trilogia de "O Senhor dos Anéis", colocamos fé nesse homem de uma forma absurda. Seria um trabalho árduo em adaptar apenas um livro de 328 páginas em três filmes, o pobre Peter teria que estudar e muito a mitologia criada por Tolkien.
Quando as luzes do cinema se apagaram para começar o primeiro filme, "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" estava ansioso, e digo que correspondeu a minha expectativa ouso em dizer que até foram superadas, sai do filme esperando logo em seguida o segundo filme querendo ver ainda mais os anões fodasticos que vimos cantando graciosamente na tela do cinema. Além de bons cantores e trapalhões os Anões são porradeiros como Gimli, Thorin se sobre-sai nesse filme, sendo O ANÃO!
Também temos a presença de Frodo, e o maravilhoso e tão amado Condado, quem não ouve a musica e rapidamente se sente no bom e velho Condado?


A PARTIR DE AGORA TEREMOS SPOILERS DE "O HOBBIT A DESOLAÇÃO DE SMAUG", PROSSEGUIR FICA POR SUA CONTA E RISCO

Mas aí chegou dezembro e juntamente "O Hobbit - A Desolação de Smaug". Os nervos estavam explodindo de tanta ansiedade, com tantos trailers e poster sendo jogado na nossa cara. Bom, quando os créditos subiram eu me perguntei... "O que aconteceu Peter Jackson?".
A minha reação foi exatamente essa. Esse é um filme difícil de ser analisado, muitos sites por ai estão crucificando o filme, não tiro a razão deles até porque eu estou absurdamente chocado mas o filme não é inteiramente ruim, temos novamente a Terra-Média para explorarmos visualmente.
Era exatamente um filme como esse que eu temia, e eu estava prevendo antes de ver "A Jornada Inesperada", os anões que eram a estrela do filme, puff simplesmente perderam seu brilho, Jackson tinha feito um trabalho muito bom explorando eles no filme anterior, dando característica a cada um, algo que não tínhamos no livro de Tolkien.
Nesse filme lembro vagamente dos anões, eles mais parecem um pedra no caminho do que ajudantes, quem retorna a brilhar é nada menos do que o Elfo Legolas. Ele literalmente rouba a cena juntamente com Tauriel, que foi uma ótima ideia inserir esses dois personagens a saga. Só que nosso amigo inseriu um romance entre elfo e anão, Tauriel e Kíli.
Meu senso crítico já apitou alarmado, muitos podem citar o romance que girou em torno de Galadriel e Gimli, bom Gimli não chegou para Galadriel e falou "Não vai revistar minha calça?", na hora já quase cai da poltrona, isso me incomodou absurdamente, a paixão de Gimli era mais pura e verdadeira, o anão se contenta com Fios de cabelo da bela Elfa. Entendem a vasta diferença?
Eu me contentaria com a paixão "proibida" entre Legolas e Tauriel, e mais para frente que Tauriel viesse a ser morta e então fazendo com que Legolas desenvolvesse a personalidade que ele possui em "O Senhor dos Anéis", já que a personagem não existe na mitologia Tolkien seria um ótimo final para ela.
Um ponto bem legal do filme é ver que Legolas não é aquele elfo que conhecemos, é alguém mias jovem, lá com seus 600 anos, um "garoto" ainda imaturo, orgulhoso e impulsivo.

O filme dura mais ou menos três horas e da metade para o fim confesso que fiquei um pouco cansado e muitas vezes minha atenção ficava desfocada, achei que se alastrou demais, mais do que devia. Outra coisa que me incomodou foi ver Thorin se tornar um babaca completo e sem personalidade. Fiquei com nojo de ver as caras e caretas de um anão que eu achei fantástico no filme anterior (o que aconteceu Peter Jackson? perdeu a mão de fazer filmes?).
Mas vamos com calma, cena inicial vemos o jovem Thorin entrando no Pônei Saltitante onde conhecemos nosso herói Aragorn, um lugar de gente sinistra. Bom o anão se senta em uma mesa pede sua bebida favorita e começa a perceber que esta sendo vigiado por dois ladrões mega sinistros, ele encaminha sua mão até o cabo de sua espada e... Aparece Gandalf O Cinzento, o clima de suspense cai de cara no chão e faz um pequeno *PLOFT*. Nós fãs sabemos que Gandalf é um grande Mago, mas seus poderes são um pouco desconhecido para o mundo, e sua aparência é a de um velho simpático então é nada convincente para espantar ladrões, mas imediatamente os dois mau caráter dão um passo para trás e seguem seu rumo, cena muito bem construída mas mau aproveitada e mau acabada então tornando-a desnecessária para a história, para mim aquilo foi para encher linguiça.
Após esse "prólogo" e a bela desculpa para Peter Jackson e sua filha aparecerem em cena, o filme retoma ao final do anterior. Até ai o filme engatilha, Gandalf como sempre desaparece de novo deixando nossos amigos anões a beira de uma floresta sinistra, e a cena da floresta se arrasta me fazendo a começar se cansar do filme, mas algo me despertou a cena em que Bilbo perde seu anel e vê um filhote de aranha apenas toca-lo com a sua pata nisso o Hobbit pula com tudo para cima do animal, aquilo nos serviu para dizer que era o anel agindo sobre a consciência do jovem Bilbo (senti uma leve pena da aranha). Uma característica que Peter Jackson inseriu na história e ficou bem legal, algo que deu apenas um toque no filme, não fez uma grande diferença apenas um "Olha referência ao Senhor dos Anéis". Isso é o que o filme mais tem é referência!
Mas não vou reclamar disso, pois se trata de uma obra que esta dentro do universo de outra, mas achei muito exagerada a quantidade.

Depois da cena da floresta conhecemos a Tauriel e vamos até a cena mau feita dos barril, e a repetição da cena que tivemos de Arwen salvando Frodo do aço de morgul, só que dessa vez quem toma a "ferroada" é presumivelmente Kíli e Tauriel o salva da mesma, MESMA FORMA! Chega de referência Peter Jackson!
Prosseguindo, a cena em que rola o clima entre o Anão e a Elfa foi muito mau criada, não teve "climax". Não consegui acreditar no "amor" entre os dois.
Adiantando um pouco no filme, temos muitas cenas desnecessárias, e vamos para a parte mais importante do filme, SMAUG.

É a onde o filme brilha, com Smaug o lagarto dragão. O grande dragão ganancioso faz valer o preço do cinema, muito bem feito e com uma voz tão forte que faz o cinema tremer com sua fala. Depois de um tempo passando tédio vendo o filme minha atenção recai sobre o filme finalmente, mas ao mesmo tempo em que temos um Dragão super inteligente temos um Smaug completamente burro.
No final os anões acabaram brincando com o Dragão de pique esconde, e montanha russa até tentar de uma forma falha afoga-lo no ouro (a parte do ouro é legalzinha).

Percebi que o filme tem muitos altos e baixo, oscila entre uma jornada interessante e uma jornada cansativa. E uma coisa que sumiu completamente foi a trilha sonora, todos os filmes temos uma trilha sonora que nos remete ao ambiente criado pelo diretor, já nesse... Cadê a trilha sonora? Nem o tema dos anões no filme anterior nós temos.
Mas o pior estava por vir, a mau edição do filme, ele simplesmente acaba com o dragão indo até a cidade e Bilbo dizendo "O que foi que fizemos?", nisso a tela preta se fecha nele e as letras sobem, a minha cara é nada além do que essa:

É isso?
O filme se fecha sem um fim, não tem uma conclusão, diferente de "As Duas Torres" um livro que era mais difícil de ser adaptado. Para uma saga que brilhou muito em seu primeiro filme, "A Desolação de Smaug" peca em muitos fatores, deixando a jornada um pouco arrastada de mais para um filme de três horas, talvez o erro já tenha começado quando colocaram para ser uma trilogia, entendo que tem uma pressão do estúdio mas como eu disse no começo já que querem ganhar dinheiro da gente, que façam com respeito, não me apresentam um filme mau feito com edição feita as presas.
Finalizando, Sauron aparece no filme, e isso não foi um ponto ruim, muito pelo contrário é a melhor parte, o mal cresce de um forma estrondosa vemos todo o seu poder explodindo em cena e Gandalf sendo aprisionado.

Enfim, eu não odiei o filme, não é um filme ruim apenas me decepcionei com as atitudes que nosso amigo Peter Jackson tomou, tinha tudo para ser mais um filme nota 10 mas o filme não correspondeu as minhas expectativas, as expectativas que o filme anterior havia criado em mim.
Mas ainda lá no fundo eu tenho fé de que o próximo possa compensar esse filme do meio, e fechar a trilogia de uma forma épica como a saga merece.

Então vou ficando por aqui com apenas uma frase que achei muito interessante e resume esse filme, "A Desolação de Peter Jackson" e sua ganância, assim como Smaug.
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